Assim como o
corpo físico já traz em si os recursos necessários à sua regeneração quando
adoece, penso que também temos recursos
psíquicos, componentes do próprio psiquismo, que tendem a retornar ao
equilíbrio.
(As mandalas
me parecem tão organizadas!) O doente mental
tem a mente desordenada e os pensamentos fragmentados . O exercício de
produzir uma arte pode mesmo, aos poucos, alterar as formas de pensar. As
mandalas comprovam isso ... talvez ...
Respeitar o
jeito de ser do outro. São loucos aqueles que estão no manicômio? Ou apenas
pensam e vivem diferentes de nós? Devemos então querer trazê-los de volta para
o que chamamos de realidade? Ou será que devemos nos perguntar em que mundo
eles sofreriam menos? É uma pena que as famílias não tenham coragem de amar
verdadeiramente os seus entes. Talvez seja vergonhoso. É perigoso ter um doente
mental dentro de casa? E então o que dizer dos perigos que estão pelas ruas? O
parente louco é mandado para o manicômio. E os da rua? Não, perigo sempre
haverá. E a melhor terapêutica ainda é o amor. Ele está em falta. Às vezes ele
até existe, mas sem coragem suficiente para tornar-se atitude.
Pessoa
corajosa que conheci, com o amor a que me refiro, foi a minha Nona. Ela poderia
ter mandado o Tio Tilo para algum lugar e ficado mais tranquila. Ela não se
envergonhou dele. Assumiu com uma clareza de consciência a sua responsabilidade
perante a sociedade, a sua família e perante Deus também. Até o fim de seus
dias teve paciência de mãe (só às vezes perdia) que ensina ao seu filho pequeno
as coisas mais básicas como comer, vestir, não falar palavrões, etc. Ele já não
era mais um menino fazia tempo ... ao menos fisicamente.
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