domingo, 29 de janeiro de 2012

Mila


Toca o celular na hora que a van ia me pegar aqui em casa para ir à faculdade. Que alegria! Foi tão bom ouvir a voz familiar da Mila do outro lado. Eu tinha acabado de sair de uma sessão de psicoterapia, na qual falei o tempo todo sobre ela.

A Mila é uma das pessoas mais corajosas que eu conheço. Ela não dissimula nunca. Ela tem a audácia de ser quem ela é sempre, e forte o suficiente para conviver com o impacto que causa nas pessoas ao seu redor. Ela não se magoa; no máximo se estressa, mas já resolve ali no momento – nada de deixar guardado pra virar câncer.

Eu dizia para a terapeuta que por nós duas termos sido criadas meio que formando par, eu deveria ter um pouco disso também, mas não tenho. Enquanto ela encara eu encolho. Enquanto ela se mostra inteira eu abro apenas uma fresta para espiar lá fora. Ela arregaça as mangas e vai à luta eu me fecho no quarto e choro.

Perceber as diferenças nas nossas atitudes está sendo uma parte fundamental para o meu progresso. Pois refletindo construo uma nova visão sobre nós e posso também perceber que existe dentro de mim essa bravura e que a partir de agora começo a fazer contato com o meu potencial. Porque só agora? Sei lá, tem várias teorias – maturidade, conhecimento, oportunidade, evolução espiritual (tudo tem o seu tempo).
Enfim, fiquei emocionada de falar com ela, assim como estou neste momento ao escrever. E, olhe só que maravilhosa: quando contei que tinha conseguido e que estava indo pra faculdade ela me disse “Estou feliz por você! Rezei pra que desse tudo certo!”. (Irmãos -25/08/2011)


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